O dia foi cansativo, porém, ainda me restam algumas oportunidades de ver algumas palestras. A próxima que compareci foi KDE: state of union, ministrada pelo excêntrico Aaron Seigo. Quis conferir o que ele tinha para dizer sobre o KDE 4, já que ano passado ele já tinha ído ao FISL para falar sobre o mesmo tema.
Aaron iniciou sua palestra nos contando um pouco da história di KDE, que já tem mais de 10 anos apenas da versão 3. Nos lembrou que o KDE é um dos gerenciadores de janelas mais bem aceitos no mercado, competindo com outro grande gerenciador: o Gnome. Uma de suas vantagens é a grande quantidade de aplicações agregadas ao seu pacote, que já tornam possível à um usuário realizar as principais atividades apenas com o conjunto do KDE.
O palestrante separou para efeitos didáticos a apresentação do novo KDE em três ítens: beleza, portabilidade e funcionalidade.
É certo que beleza é essencial quando se trata do desktop, afinal, as pessoas buscam o que é mais bonito. Algumas novas características que serão adicionadas ao KDE 4 são suporte à ícones SVG, novos temas de áudio, novos temas para o cursor do mouse e uma grande quantidade de artworks incluídas no gerenciador de janelas.
Logo após, Aaron toca em um assunto muito discutido por ele na edição passada do FISL: usabilidade. Existe neste ramo, um novo conceito de usabilidade, chamado de OpenUsability, com o intuito de padronizar meios de trabalho com maior usabilidade pelo usuário. Realizando um parênteses no que foi dito pelo Aaron Seigo na palestra, há um tempo atrás, fiquei sabendo de uma notícia que o grupo de desenvolvedores do KDE, provavelmente deve incluir ele, realizaram diversos testes de usabilidade com diversos tipos de usuários, com a finalidade de verificar suas maiores dificuldades e tentar ameniza-las. Pois bem, o objetivo disso, é poder tornar possível fazer algo difícil mais fácil. Foi adicionado o efeito “orgânico” ao novo KDE, sendo que os objetos não realizam operações bruscas, sendo mais suaves e mais agradáveis.
Outro ítem do novo KDE é a questão de portabilidade. Sendo que tem dois conceitos relacionados: inbound e outbound.
Inbound é a necessidade de modificação do KDE pels usuários, tornando o gerenciador moldado às necessidades.
Outbound é a facilidade com que uma empresa pode modificar o KDE em seu conjunto de máquinas.
Sendo que então surge o dilema: portabilidade x beleza.
A equipe do KDE está trabalhando também para a portabilidade do gerenciador à outros sistemas operacionais. Sistemas como Linux, BSDs, *nix possuem hoje um bom suporte, agora está sendo adicionado na lista de Sistemas Operacionais possíveis o MS Windows e MacOS. Porém, o suporte ainda é bem restrito e não operacional.
Aaron contou sobre o esforço que estão fazendo para padronização de várias tecnologias, como o D-bus, base MIME, nomeação dos ícones, procura por metadados, dentre outras.
O último ítem dos três discutidos é a funcionalidade. Tão importante quanto ser bonito e portátil, as coisas precisam ser funcionais. Tratar de funcionalidade não é apenas isto, é também poder tornar possível pessoas com alguma deficiência possam utilizar o sistema. O sistema D-bus já está preparado para a utilização de funções específicas de acessibilidade. Sem contar as outras características, como leitura do texto, aumento dos ítens do desktop e teclas acessíveis.
O palestrante falou também como será o tratamento da multimídia no KDE4, com novas APIs para a fácil utilização de recursos de áudio e vídeo em suas aplicações. Falou também de várias outras aplicações que virão no pacote, como Sonnet, que é um verificador de ortografia e gramática universal com detecção automática da língua utilizada. O Kross é um automator de desenvolvimento de aplicações, independente da linguagem. ThreadWeaver é um utilitário para o desenvolvimento de aplicações que utilizam Threads. Strigi para procura e indexação de arquivos locais, sendo que utiliza um dos melhores algoritmos de procura. O Okular será um visualizador de documentos universal, com suporte à 11 formatos diferentes e suporte à notas e anotações. KOffice 2 agora terá suporte à ODF. Dentre outras aplicações, como KDEGames, KDEEdu e Plasma.
Mais informações podem ser obtidas através das listas de discurssão dos desenvolvedores no seguinte sítio web ou através da TechBase do KDE aqui.
Finalmente este meu dia de palestras do FISL acabou, agora tem mais apenas dois dias! 😛 Vou escrevendo conforme for dando tempo.
E eu vou nessa que ainda tenho muito o que fazer hoje, afinal, segunda-feira! Abraços! 🙂